Orunmila ou Orula

 

A importância de Orunmila é tão grande que chegamos a concluir que se um homem fizer algum tipo de pedido ao todo poderoso Olófin(Deus, o Senhor dos Céus), esse pedido só poderá chegar até Ele através de Orumilá e/ou Eleguá, que são somente eles dois dentre todos os Orixás os que têm a permissão, o poder e o livre acesso concedido pôr Olófin de estar junto a Ele, quando assim for necessário.

Orunmila é o Senhor dos Destinos, é quem rege os o plano onírico (sonhos), é aquele que tudo sabe e tudo vê em todos os mundos que estão sob a tutela de Olófin, ele sabe tudo sobre o passado, o presente e o futuro de todos habitantes da Terra e do Céu, é o regente responsável e detentor dos Oráculos de Ifá (Opelé e Ikins), foi quem acompanhou Oduduwá na criação do homem e é normalmente chamado em suas preces de:

 

Elérí Ìpín – “o Testemunho de Deus”

Ibìkéjì Olódúmarè – “o vice de Deus”

Gbàiyégbòrún – “aquele que está no céu e na terra”

Òpitan Ìfé – “o historiador de Ìfé”

 

Acredita-se que Olófin passou e confiou de maneira especial toda a sabedoria e conhecimento possível, imaginável e existente entre todos os mundos habitados e não habitados à Orunmila, fazendo com que desta forma o tornasse seu representante em qualquer lugar que estivesse.

Na Terra Olófin fez com que Orunmila participasse da criação da terra e do homem, fez com que ele auxiliasse o homem a resolver seus problemas do dia a dia, também fez com que ajudasse o homem a encontrar o caminho e o destino ideal de seu Orì. No Céu lhe ensinou todos os conhecimentos básicos e complementares referente todos os Orixás, pois criou um elo de dependência de todos perante a Orunmila, todos devem consultá-lo para resolver diversos problemas, com por exemplo, a vinda de Obatalá à terra para efetuar a criação de tudo aquilo que teria vida na mesma, porém o grande Orixá não seguiu as orientações prescritas por Ifá e não conseguiu cumprir com sua obrigação caindo nas travessuras aplicadas por Eleguá, ficando esta missão por conta de Oduduwá.

Também Orunmila fala e representa de maneira completa e geral todos os Orixás auxiliando, por exemplo, um consulente no que ele deve fazer para agradar ou satisfazer um determinado Orixá, obtendo desta forma um resultado satisfatório para o Orixá e para o consulente.

Orunmila sabe e conhece o destino de todos os homens e de tudo o que têm vida em nosso mundo, pois ele está presente no ato da criação do homem e sua vinda a terra, e é neste exato instante que Ifá determina os destinos e os caminhos a serem cumpridos por aquele determinado espírito.

É por isso que Orunmila tem as respostas para toda e qualquer pergunta que lhe é feita e que ele tem a solução para todo e qualquer problema que lhe é apresentado e é por esta razão que ele tem o remédio para todas as doenças que lhe forem apresentadas, por mais impossível que pareça ser a sua cura.

Todos nós deveríamos consultar Ifá antes de tomarmos qualquer atitude e decisão em nossas vidas, com certeza iríamos errar menos. Os Yorubás consultavam Ifá antes de tomarem qualquer decisão como, por exemplo, antes de um casamento, antes de um noivado, antes do nascimento e até mesmo na hora de dar o nome a criança, antes da conclusão de um negócio, antes de uma viagem, etc.

Além disso tudo, Orunmila é também quem tem a vida e a morte em suas mãos, pois ele é a energia que está mais atuante e mais próxima de Olófin, podendo ele ser a única entidade que tem poderes para suplicar, pedir ou implorar a mudança do destino de uma pessoa.

Encontra-se num plano mítico e simbólico superior ao dos outros orixás. Se Olófin é o ser supremo dos Yorubás, o nome que dão ao Absoluto Orunmila é a sua emanação mais transcendente, mais distanciada dos acontecimentos do mundo sub-lunar.

Outras fontes dizem que ele estava instalado em um lugar chamado Òkè Igèti antes de vir fixar-se em Òkè Itase, uma colina em Ifé onde mora Àràbà, a mais alta autoridade em matéria de adivinhação, pelo sistema chamado Ifá. É também chamado Àgbónmìrégún ou Èlà. É o testemunho do destino das pessoas.

Os Babalawos (Pais do Segredo) são os porta-vozes de Orunmila. A iniciação de um Babalawo não comporta a perda momentânea de consciência que acompanha a dos Orixás. É uma iniciação totalmente intelectual. Ele deve passar um longo período de aprendizagem, de conhecimentos precisos, em que a memória principalmente entra em jogo. Precisa aprender uma quantidades de Patakis (histórias) e de lendas antigas, classificadas nos duzentos e cinqüenta e seis Odú (signos de Ifá), cujo conjunto forma uma espécie de enciclopédia escrita, dos conhecimentos dos antigos nigerianos, nossos ancestrais.

Cada indivíduo nasce ligado a um Odú que dá a conhecer sua identidade profunda, servindo-lhe de guia por toda vida, revelando-lhe o Orixá particular, ao qual deverá ser eventualmente dedicado. Somente Orunmila pode determinar o Anjo da Guarda de uma pessoa e isso foi escolhido pelos próprios Orixás em Osá Roso. Ifá é sempre consultado em caso de dúvida, antes de decisões importantes, nos momentos mais difíceis da vida.